Existe aí uma instabilidade no ar dos trabalhadores. Dos presos, em regime semi-aberto, em suas geladeiras que ressecam a pele. Em seus goles de café, em suas dores lombares, em seus rins, na circulação lenta do sangue. A janela não abre. A porta não abre. Lá fora tem um sol que não se sente. Mas existe o recreio, a hora de comer as gororobas dos restaurantes que pesam a comida. No presídio não há a moleza da comida, é preciso ir até a rua e caçar um fast food transgênico e cancerígeno. É o fast, pra comer logo e voltar à cela.