Nossa sociedade é faminta por status. Alain de Botton, em seu livro Desejo de Status, traz à tona uma reflexão interessante sobre essa vontade de estar em evidência. Ele cita 5 causas que nos fazem ir atrás de um posicionamento social confortável. São elas:
- Falta de amor;
- O esnobismo dos outros;
- As expectativas elevadas;
- A estrutura meritocrática da sociedade;
- A dependência de fatores externos para a conquista do sucesso profissional.
Ou seja, sendo bem direta, temos o desejo de status porque somos carentes; nos intimidamos com o esnobismo dos outros; esperamos muito de nossas realizações; temos medo de sermos julgados; vivemos em um mundo baseado na ideologia de que “você só ganha dinheiro se merecer” (e para merecer, é preciso ter faculdade, falar outras línguas, ter uma boa aparência); e dependemos de inúmeras variáveis para obter o sucesso profissional. Tudo isso gera uma angústia enorme. Esses receios surgem em função dos valores criados por nossa cultura.
Mas aonde eu quero chegar?
Existe um fenômeno nas redes sociais que consiste em falar sobre comida cara ou tirar foto de pratos caros. E isso acontece também dentro do grupo dos saudáveis/fitness. Usar até a dieta como forma de mostrar status foge do propósito real de convencer o público sobre a importância de comer alimentos saudáveis. As fotos do instagram, do facebook, snaps, etc acabam virando um verdadeiro banquete real fitness. A dieta da ostentação. E essa não deveria ser a ideia. O conceito não deveria ser: para ser saudável, você precisa ser rico.
Quer ter saúde? Coma comida de verdade.
Para isso, o melhor amigo da sua dieta é a feira. Na feira (ou na área de hortifruti do supermercado) você encontra produtos baratos. Tem alface por R$ 1,50 – sai mais em conta que uma bolacha. Entende? Não é difícil se alimentar bem. Não é preciso comprar sal rosa, azul, amarelo, neon vendido nos Empórios caros da high society. O sal marinho está ótimo! Se você está no modo econômico, como eu estou, e acha caro comprar orgânico (e olha que sou uma super defensora dos orgânicos), compra abobrinha/cenoura/cebola/alface/berinjela normal mesmo. O azeite extra-virgem não precisa ser proveniente de um convento tradicional português onde as azeitonas são regadas com água benta e colhidas por freiras que entoam o canto gregoriano, sabe? Compra aquele que você está acostumado. Apenas leia o rótulo para se certificar de que não foi misturado com qualquer outro óleo. Enfim, tenha seus critérios de qualidade.
Descomplique. Seja simples. Só assim a dieta vai funcionar.
Afinal, você procura por status ou saúde?