Publicado em: 14 de novembro de 20215.7 min. de leitura

Comida também é alimento para a alma. Quando comemos somente por prazer, nossas escolhas dificilmente são as melhores ao nosso corpo. Nuggets industializados cheios de aditivos, lasanhas prontas que nunca estragam, pozinhos mágicos que deixam tudo com mais gosto e menos saúde, enfim. A comida trash joga nossa saúde literalmente no lixo. E se o corpo não está são, dificilmente a mente estará.

Escolhas alimentares são ótimas formas de expressar nossa visão de mundo. Comer bicho para uns é uma tremenda crueldade. Outros não acham muito certo, mas preferem continuar por causa da nutrição. São diferentes níveis de consciência. Pensar a respeito do alimento que chega ao prato é um bom exercício. Nutre a alma e enriquece a nossa vivência. 

A palavra dieta, entre outros significados, quer dizer “modo de vida, jeito de levar a vida”. Seguir uma dieta da moda não motiva, apenas emagrece. Não mexe com a nossa essência, só serve para perder alguns quilinhos. 

Já parou para pensar se sua dieta está em sintonia com você?

Separamos alguns estilos alimentares (os mais conhecidos) que são motivados por: respeito aos animais, espiritualidade, saúde, política e meio-ambiente. Ótimas inspirações para quem procura viver de uma forma mais ética, solidária e ecológica.

Espiritual

Kosher

Kosher é uma dieta judaica que segue leis descritas em dois livros da Torá: Levítico e Deuteronômio. Em resumo, os alimentos devem ser purificados para que possam ser consumidos. Antes do abate, é realizada uma oração especial. O abate é feito de maneira na qual o animal sinta o mínimo de dor possível, sendo uma morte rápida. O sangue do animal deve ser completamente drenado. Os judeus não comem carne de porco, cavalo, camelo, coelho e frutos do mar apenas peixes com escamas- e nem juntam leite e carne na mesma refeição. Os dois alimentos são comidos separadamente, pois um interfere na digestão do outro. 

Ayurvédica

Esta dieta originária da Índia é rica em temperos e sensações. Mas tudo na dose certa. Aqui a palavra de ordem é equilíbrio. Cada corpo tem seu próprio equilíbrio, conforme seu respectivo dosha (perfil). Antes de escolher quais alimentos farão parte de sua rotina, é necessário identificar quais elementos da natureza estão mais presentes em seu organismo: éter, água, fogo, ar ou terra. A dieta ayurvédica ajuda a equilibrar os doshas. Por exemplo, pessoas cujo o dosha seja Vata (ar e éter) podem ter a pele seca, intestino preso e sentir muito frio. Para que elas se equilibrem, é necessário se alimentar de comidas quentes, oleosas (óleos saudáveis, claro), úmidas e evitar comidas que proporcionem o efeito inverso. Os principais doshas são Pitta, Vata e Kapha. Aqui a digestão também é fator importante, para isso, são utilizados temperos benéficos ao sistema digestivo. Uma dieta sintonizada com os elementos da natureza, fiel ao dosha, traz calma e paz de espírito.

Macrobiótica

A dieta macrobiótica prioriza os alimentos que tenham um bom equilíbrio entre sódio e potássio, como o arroz integral. Os adeptos deste estilo alimentar acreditam que há alimentos com força (energia) yin (feminino, frio e expansivo) e yang (masculino, quente e constritor) e é necessário escolher pratos neutros entre essas duas forças para se sentir bem. Os alimentos devem ser frescos e orgânicos, nada industrializados. A carne vermelha está fora da dieta, assim como bebidas estimulantes como álcool e café. A prioridade é se alimentar bem com grãos, vegetais, nozes, legumes, frutas e a melhor opção de proteína seria o peixe e o ovo caipira.

Respeito pelos animais e meio ambiente

Vegetarianismo

O vegetarianismo exclui de sua dieta qualquer tipo de carne. Dessa forma, a base da alimentação são os vegetais e grãos. Em relação aos derivados e ovo, algumas pessoas consomem e outras cortam por completo. Há 5 linhas dentro desse segmento:

Ovolactovegetarianismo

Inclui ovo, leite e seus derivados e mel.

Ovovegetarianismo

Inclui ovo e mel, mas exclui os outros alimentos de origem animal.

Lactovegetarianismo

Inclui leite e seus derivados e mel.

Vegetarianismo estrito

Não consome nada de origem animal em sua alimentação.

Veganismo

Além de excluir alimentos de origem de animal, também exclui qualquer produto que tenha como matéria prima os bichos, ou ainda, tenha sido realizado testes em animais.

Crudivorismo

O crudivorismo não inclui nenhum produto de origem animal em sua dieta. Além disso, os alimentos consumidos devem ser crus e não cozidos. A justificativa é que o cozimento destrói enzimas importantes para a digestão e também alguns nutrientes. Esta dieta também é de baixo impacto ambiental – gera lixo em sua maioria biodegradável, não utiliza produtos de indústrias que destroem o meio-ambiente, como a indústria da carne, e não é preciso utilizar gás e nem energia na preparação do alimento.

Saúde do corpo

Dieta Paleolítica

A dieta paleolítica é baseada nos hábitos alimentares da fase paleolítica da humanidade, com algumas adaptações. Os adeptos desta dieta não compram produtos alimentícios artificiais e refinados, dando preferência à comida de verdade  (como costumam chamar). Está liberado o consumo de carnes, vegetais, legumes, castanhas e laticínios, gorduras de boa qualidade e alguns tipos de frutas. Dão preferência para os alimentos orgânicos. Não fazem uso de óleos refinados, açúcar e nem carboidratos de alto índice glicêmico.  O conceito por trás desta dieta é que o organismo do homem não foi “projetado” para consumir itens como a farinha de trigo, o que acaba causando inflamações no corpo, já que não conseguimos lidar com este tipo de comida “recente” na história da evolução humana (se pensarmos que evolução acontece em milhares de anos e não em décadas).

Política

Freeganismo

Os freegans, como são chamados os adeptos deste estilo de vida, boicotam o consumo excessivo causado pelo sistema capitalista. Para isso, escolhem seus alimentos a partir do que foi descartado. Esta filosofia não se limita apenas à alimentação, mas também a qualquer outro artigo que estejam precisando, como móveis e roupas. O “supermercado” dos freegans são os lixos de restaurantes e as caçambas de entulho. Apesar da palavra “freeganismo” derivar de veganismo, não há qualquer restrição ao consumo de carne, desde que a carne tenha sido descartada. Os freegans expõem ao mundo os malefícios do capitalismo relacionados ao consumo, desperdício e desigualdade social.

E aí, já parou para refletir sobre isso? Deixe seu comentário!

 

Compatilhe:

Deixe um comentário

Related posts