Seu princípio básico é criar uma conexão consigo mesmo e com o outro.
A comunicação não violenta deveria ser regra básica da sociedade, afinal, é uma comunicação que sabe ouvir e sabe falar. É uma comunicação com respeito e empatia.
Infelizmente, ainda há um longo caminho a percorrer até chegarmos a esse ponto. A comunicação não violenta pode ser dificultada por diversos fatores, especialmente por tudo aquilo que está internalizado nas pessoas: os sentimentos de culpa, a depreciação, críticas, comparações, negação de responsabilidade e a transformação dos desejos em exigências a todo custo.
Será que em algum momento seremos capazes de nos expressar sem usar pré-julgamentos?
O ser humano tem uma grande necessidade de se comparar ao outro, inclusive no próprio sofrimento. Portanto, os princípios básicos de uma comunicação não violenta deixam de lado o individualismo e passam a priorizar o valor social, especialmente a empatia.
Há 4 componentes básicos da comunicação não violenta, são eles: observação, sentimento, necessidade e pedido. Ou seja, significa observar a situação, reconhecer os seus próprios sentimentos, expressar de forma clara a sua necessidade e fazer o pedido de forma educada.
Um exemplo para expressar a comunicação não violenta: “Joana observa que tem muito trabalho por fazer, se sente confusa por onde começar e pede aos seus colegas de trabalho ajuda para concluir as tarefas”.
A nossa forma de comunicar é ainda muito violenta, porque foi construída socialmente uma ideia de que imposição de opinião gera respeito.
Geralmente, essa imposição de opinião é comunicada de forma agressiva. Para mudarmos esse paradigma, devemos considerar que a comunicação não violenta refere-se também à comunicação verbal, não verbal e gestual.
É um processo de autoconhecimento, que é trabalhado de dentro para fora, eliminando crenças interiores, se desvinculando de construções sociais sobre o que é certo e errado e priorizando o ser humano e os vínculos saudáveis.
Que tal começarmos a praticar a comunicação não violenta?
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Texto escrito por Francielle Bechtold, psicóloga, mestre em crítica textual pela Universidade de Lisboa e colaboradora do Conteúdo Natural. @psicofranbechtold