Um pingo mais denso.
Um café mais amargo.
Um gesto ao contrário.
Um olhar pro outro lado.
Uma parada no meio de tudo.
Dedos que transpiram idéias,
convulsionam quando tudo se perde,
sem o alívio.
A apnéia, o respirar.
Um trovão no arco íris.
A palpitação suada pelas mãos suadas e surradas.
Novamente a tentativa pelo respiro.
Sorrisos em meio ao gosto do sal das lágrimas.
Um olhar distraído encontra o que não estava perdido.
Uma parada, por favor,
É necessário o alívio.
A siesta.
A ceia.
A pausa.
Um pontinho de alegria ao fim do dia.
Ou no começo.
Ou no meio.
Uma gargalhada que afoga a mágoa.
O alívio faz a gente viver.
O brilho no cinza.
Adrenalina na rotina.
Pé descalço.
Botão desabotoado.
Couro amaciado.
É tanta coisa aí na frente que nem o nada a gente vê.
Miopia permanente.
A não ser que a gente tente.
Olhar com a nossa própria lente.
E aí sim,
Descobrir a paixão.
Num dia triste.
No corpo ausente.
Na mente inquieta.
No íntimo.
No fundo.
Na alma.